domingo, 28 de fevereiro de 2016

Resenha | Uma vida para sempre - Simone Taietti . Qual a semelhança com A culpa é das estrelas - John Green ?

                                            

Oi, amores! Trouxe mais uma resenha para vocês. Esta resenha foi bem trabalhosa para fazer, então, só continue lendo se você quiser realmente saber sobre o livro e quiser saber a minha opinião a fundo. Acontece que, além de eu falar um pouco para vocês como foi minha experiência de leitura de Uma vida para sempre, eu vou falar para vocês e justificar o porquê de eu ter achado esse livro tão parecido com A culpa é das estrelas. E gente, não é só porque ele trada de um romance que envolve um casal e suas respectivas doenças, mas me refiro tanto à construção das personagens quanto à frases que existem no livro.

Então, esta resenha vai ficar cheia de detalhes e de comparações sim e vou justifica-las para vocês entenderem meu ponto de vista.

1- Sobre o livro.

Uma vida para sempre vai contar a história de uma garota de 17 anos chamada Ethel, que tem uma patologia (doença) cuja sigla é CIPA, que quer dizer Insensibilidade Congênita á dor com Anidrose. Ela não sente dor e não consegue soar. O fato de ela não sentir dor não é bom, até porque a dor é uma maneira do nosso organismo nos alertar e informar que alguma coisa em nós não está legal e que é necessário que a gente se cuide. Se a Ethel não sente dor ela não pode identificar o que está acontecendo e procurar ajuda médica facilmente. Seria complicado, por exemplo, se ela sofresse uma queimadura. Ela não iria sentir. E se fosse tarde demais quando ela notasse? Ah, e o fato de ela não transpirar faz com que o corpo dela não consiga regular a temperatura corporal em situações necessárias. E isso é muito prejudicial.
A Ethel é adotada. Seus pais adotivos são muito importantes para ela. Entretanto, ela sofre com a perda do pai. Esta perda é um dos motivos que levam a garota a pensar compulsivamente na morte e em motivos para existir e coisas desse tipo.Um outro motivo é a vulnerabilidade que a doença dela atribui à sua vida.

A Ethel tem um rotina de cuidados e tratamentos. Logo, ela frequenta um hospital e é nesse hospital que ela constrói seu ciclo de amizades. Obviamente, ela conhece pessoas que enfrentam vários tipos de doenças. E vez ou outra ela tem que lidar com a perda de algumas pessoas. Quanto à mãe dela, digamos que ela é muito, mas muito preocupada com o bem estar da Ethel, levando em conta o estado no qual a filha se encontra.

Bom, é no hospital que a Ethel conhece o Vitor. Um garoto que lida com a doença Leucemia Mieloide Aguda. Eles passam a estreitar mais a convivência entre eles e o esperado é que eles se apaixonem.

A Ethel é uma garota que tenta o tempo todo entender a morte e fazer as pessoas aceitarem que a morte existe e não há problema em falar disso. Digamos que a Ethel que quebrar esse tabu , sabe? Mas a impressão que dá é de que nem ela consegue lidar com esse pensamento.

2- Construção dos personagens.

Além da Ethel e do Vitor, existem outros personagens como: os pais do Vitor, alguns amigos da Ethel que também frequentam o mesmo hospital que ela, enfim. 

A Ethel é uma garota bastante questionadora, principalmente quando se trata da questão "existir". Ela é muito , muito irônica, assim como o Vitor.

A personagem que eu mais gostei foi a Catarina, uma amiga da Ethel de infância, que não frequenta o hospital. Na verdade, eu não me identifiquei muito com a Ethel, sabe?

3- Minha opinião.

Então, eu não tenho muito o hábito de ler livros nacionais, não por nenhum outro motivo, mas é por falta de hábito, mesmo. E Uma vida para sempre trata-se de um livro nacional da escritora Simone Taietti. Gente, como ela escreve bem! Nossa! Amei!

Logo de cara eu amei a dedicatória:
" Para você. Isto mesmo, você, que agora lê estas palavras. "

 Eu achei tão legal! E a capa é um amor, gente. Muito fofa. Tiveram uma delicadeza com os detalhes da capa, sabe? Ficou tão linda! Eu acredito que a capa desse livro é a mais fofa da minha estante. Ah, eu não sei se foi só o meu que veio assim, mas esse livro tem um cheirinho tão gostoso. 

A escrita da Simone é incrível. Ela usa palavras diferentes e sabe caprichar. O texto flui de uma maneira muito legal.

Mas o que eu não gostei no livro?

Gente, é impossível - ou não- não comparar a história da Ethel com a da Hazel. Quando você começa a ler você lembra muito de A culpa é das estrelas. Como eu disse antes, não é só pelo fato de o casal vivenciar um contexto no qual eles estão lutando contra uma doença e a chance de eles ficarem juntos pelo resto da vida é pouca. NÃO É POR ISSO. É em relação, em primeiro lugar, a construção da personalidade dos personagens. Por que eu digo isso?

Bora lá: a Ethel é uma garota que busca o tempo todo uma certa "liberdade" do cuidado excessivo que a mãe tem por ela. Ela quer que a mãe entenda que ela está com ela agora, mas depois pode não estar. A Hazel também buscava isso, tanto é que essa busca dela gerou discussão entre ela e seus pais. A Ethel ama livros, a Hazel nem se fala. A Ethel se apaixona por um cara que tinha uma doença complicada porque os dois frequentavam o mesmo lugar, com a Hazel aconteceu do mesmo jeito.

Outra coisa que eu senti foi que o casal "Ethel e Vitor" são muito irônicos,sabe? Eles se referem ao estado de saude deles fazendo"piadinhas" em vários momentos, assim como o casal "Hazel e Gus". É uma coisa que eu gosto muito no livro A culpa é das estrelas, o fato de os personagens lidarem com a doença, apesar de tudo, de um jeito "engraçado", era como se eles são sentissem vergonha de como eles eram.

Ainda em relação à personalidade, quem leu o livro do John Green sabe que o Gus tinha medo de ser esquecido:

"- Eu tenho medo de ser esquecido - disse ele de bate-pronto.- Tenho medo disso como um cego tem medo do escuro."  Pág. 18
O Gus fala em outra parte do livro que queria ter "uma história digna de ser contada". Ele imaginava algo em jornais, revistas...

No livro Uma vida para sempre, o Vitor fala algo parecido com o mesmo sentido:
"-Para ser lembrado, para deixar uma marca. Não há uma coisa que eu queria fazer em específico. Eu quero fazer qualquer coisa que me faça ser conhecido."
"- Eu estou morrendo - ele repetiu, como se isso pudesse transformar qualquer realidade ou acontecimento iminente. - Daqui um tempo ninguém vai se lembrar e... - soluços. - Foi essa droga que eu consegui fazer em 19 anos?"
Sem contar que tem uma frase no livro escrito pela Simone que me chamou muito a atenção:

"Alguns intentos são mais nobres que outros - ponderei. "
Isso não te lembra algo do tipo:

"- [...] Alguns infinitos são maiores que outros... "

Como não comparar? Eu tenho 90% de certeza que a Simone leu "A culpa é das estrelas", assim como Um amor para recordar, porque ela cita alguns títulos na página 88. Acredito que ela tenha se inspirado nestes livros, mas acho que ela acabou se inspirando demais e construindo personagens muito parecidos em relação a personalidade, sabe? Algumas frases também ficaram parecidas com as do livro do John Green...

Olha , eu não sei se isso foi coisa só da minha mente, mas eu tive meus motivos e os justifiquei para vocês poderem entender meu ponto de vista. Acredito que essa "inspiração" toda acabou deixando o livro dela pouco original, infelizmente. Dei 3 estrelas no Skoob.

No geral, eu recomendo sim o livro, apesar de tudo. É um livro bem escrito, a autora escreve muito bem, a história é boa, apesar de não ser tão única quanto ao contexto e personagens. O livro faz a gente refletir sobre muitas coisas e isso é importante.

Boas leituras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oi, que bom que vai comentar!
Vamos trocar opiniões? :)